A fotografia digital está em
constante evolução, praticamente uma metamorfose sem fim, tendências surgem e
caem como num piscar de olhos mas talvez ela esteja no seu momento mais
importante com tantas ideias novas surgindo, conceitos diferentes, e é o
público quem está alterando o curso da história. Os smartphones ganham cada vez
mais adeptos e, ao mesmo tempo, as câmeras compactas perdem espaço na mídia e
no mercado. É cada vez maior o número de
pessoas que preferem usar um celular que faça boas fotos do que ter que
carregar um celular e uma câmera compacta. E por que isso? Por causa da
facilidade de integração com as redes sociais, o fenômeno do Instagram
aconteceu, em boa parte, devido à popularização dos smartphones outrora caros e
sem tantos recursos como atualmente. Com um dispositivo dotado de um sistema
operacional bastante intuitivo (como Android, iOS ou Windows Mobile) você faz a
foto e compartilha instantaneamente com o mundo usando uma rede 3G ou wi-fi.
Com uma câmera compacta você não faz isso. Ou não fazia.
As fabricantes de câmeras se
mexeram, incluíram a conexão wi-fi em alguns modelos e tentaram recuperar a
fatia de mercado perdida. Parece que deu certo, hoje já são muitas as opções de
compactas com este recurso, incluindo a tecnologia NFC que permite a conexão
com outro dispositivo móvel dotado da mesma tecnologia apenas ao tocá-los um ao
outro. Então você passa a controlar sua câmera através de um smartphone ou
tablet, o que torna as coisas mais fáceis e ágeis na hora do compartilhamento.
Essa é a palavra-chave: compartilhamento. As pessoas, cada vez mais, querem
mostrar ao mundo o que estão fazendo e isso inclui o que estão fotografando.
Hoje em dia, até as câmeras reflex (as ditas profissionais) são dotadas de
wi-fi ou, no mínimo, pode ser adquirido algum adaptador que faça esta conexão.
Mas se sua câmera não possui wi-fi nem adaptador para isso, hoje em dia existem
os cartões de memória dotados de tecnologia wi-fi! Ou seja, só não transfere e
compartilha suas imagens instantaneamente quem não quer. E não vamos nos
esquecer da Samsung Galaxy Camera que é, efetivamente, uma câmera mas que
abriga um chip de telefonia móvel e possui versões só com wi-fi, com 3G e até
com 4G!
Mas houve a contrapartida, as
fabricantes de celulares reagiram e procuraram novidades para continuar nessa
crescente e novidades muito interessantes vieram para aumentar a qualidade, não
foram mudanças apenas por modismos. A Nokia implantou o sistema PureView que
consiste em um sensor um pouco maior do que o normal e com uma resolução muito
acima do normal mas que permite que se use uma área menor deste sensor criando
a impressão de que a câmera do celular possui um zoom óptico e assim ampliando
o alcance da lente com uma perda mínima de qualidade de imagem, muito melhor do
que o zoom digital que as outras câmeras de celular oferecem tornando as
imagens de baixíssima qualidade. Aparentemente, o lado ruim do Nokia 808, único
celular da empresa que realmente possui a tecnologia PureView (outros carregam
a marca PureView mas não a tecnologia) é o fraco e obsoleto sistema Symbian.
Outra empresa fez uma aposta
arriscada, mas é a maior contribuição para o aumento da qualidade na fotografia
digital, uma qualidade que ficou perdida anos atrás, a HTC. O que ela fez com
seu espetacular HTC One é o que os fotógrafos e usuários mais avançados de
câmeras pedem há tempos, mas as fabricantes de câmeras não tem coragem de
atender: a redução da resolução! Por mais paradoxal que seja essa parece ser a
salvação da fotografia digital. Os sensores não aumentam de tamanho, mas a
resolução aumenta ano após ano, e o que acontece com as câmeras? O sensor não
suporta tanta resolução e as imagens ficam com um nível de ruído que está
começando a ficar inaceitável. Os mesmos sensores que no passado abrigavam 6
megapixels, hoje já abrigam 20 como se vê em algumas compactas Sony e a
qualidade destas câmeras é sofrível, essa corrida alucinada pelos megapixels
precisa acabar pois estão matando a fotografia digital. E por que as
fabricantes não tem coragem para cessa essa briga? Porque lá atrás venderam a
ideia de que quanto mais megapixel, melhor é a câmera. E naquela época, há 5 ou
6 anos atrás isso era verdade mesmo, mas agora não, estão extrapolando os
limites dos sensores mas agora o grande público já comprou a ideia e não
entende que o jogo virou, que as câmeras atuais são muito ruins em relação às
de alguns anos atrás.
Voltando à HTC, seu sensor possui
apenas 4 megapixels, o que torna sua câmera muito superior à de qualquer outro
smartphone. Coragem ela teve, mas será que o público compra a ideia? Ou será
que desperdiçarão o que é, talvez, a melhor câmera feita para um smartphone em
todos os tempos? E a reação das fabricantes de câmeras? A Olympus já declarou
que pode acabar com sua linha de compactas mais simples, rumores dizem que a
Fuji também pode seguir esse caminho. E as fabricantes cada vez mais
incrementam as suas compactas premium, seus carros-chefes que ficam logo abaixo
das câmeras reflex. Estão abandonando as câmeras mais simples em detrimento dos
smartphones e apostando tudo nas mais avançadas e caras? São os novos tempos...
Texto originalmente publicado na edição 44 da revista Distribuidores & Mercado Brasil
Texto originalmente publicado na edição 44 da revista Distribuidores & Mercado Brasil
Que matéria bacana, não me lembro de ter visto antes.
ResponderExcluirQue bom que gostou!
Excluirqual seria a melhor camera de smartphone até R$1200,00
ResponderExcluirAlgum Sony Xperia que tenha lente Carl Zeiss, não sei dizer exatamente quais modelos estão dentro dessa faixa de preço, mas já pra fazer um bom filtro com essa informação.
ExcluirQualquer dúvida é só retornar.