7 de julho de 2014

A difícil hora de parar de comprar

   Esta postagem é destinada apenas aos hobbystas (diferente desta aqui), que fotografam somente por prazer, por amor à fotografia, os amadores (assim como eu que já não fotografo a trabalho há alguns anos). De vez em quando a gente se pega pensando em melhorar nosso equipamento, o famoso upgrade, só esperando o momento de sobrar aquela graninha extra. Somos impulsionados, em parte, pelos fabricantes que nos enchem de novas câmeras, lentes e acessórios a todo momento e o mundo capitalista em que vivemos contribui para isso. Mas isso também esconde uma armadilha, em que passamos a depender muito do equipamento e achamos que só um novo equipamento nos fará melhorar enquanto nos esquecemos de melhorar nossa técnica.
Minha primeira câmera
   Vou citar como exemplo eu mesmo: minha primeira câmera digital foi uma Canon A430, mas como tive uma rápida adaptação à fotografia digital, logo senti necessidade de uma câmera um pouco mais avançada e escolhi a Canon A590 com controles manuais totais e fácil acesso a eles sem precisar de uma câmera grande. Em seguida fui seduzido pelas superzoom e adquiri a péssima Canon SX1, meu primeiro erro, eu poderia ter esperado mais reviews dela, comprei na pressa e me dei mal. Quando surgiu a oportunidade de fotografar profissionalmente resolvi dar um voto de confiança à Canon e adquiri a T1i e dois flashes dedicados. Na compra dos flashes cometi meu segundo erro pois adquiri um da marca Metz, considerada por alguns a Leica dos flashes, mas de assistência técnica inexistente aqui no Brasil.
Meu primeiro flash
   Por bastante tempo usei a 18-55mm com bons resultados (para desespero dos que acham que esta lente não serve para nada), mas era óbvio que eu precisava melhorar meu set de equipamentos. Como eu sempre dispunha de pouca grana fui de 28-90mm e 80-200mm (esta última só para hobby) e intercalava as outras duas em meu trabalho. Quando apareceu uma chance de ouro de adquirir uma 17-85mm a um custo baixíssimo, não pensei duas vezes em vender as duas grande-angulares que tinha. Praticamente não gastei nada com essa nova lente, e o salto de qualidade foi bastante sensível.
Com esta objetiva pude melhorar bastante meu desempenho
   Até então só havia usado objetivas Canon e comecei a prestar mais atenção nas chamadas "genéricas" e eu conseguia encontrar as Sigma com certa facilidade aqui no Rio de Janeiro, gostei da ideia de ter uma única lente que me permitisse fazer todo tipo de foto já que havia abandonado a fotografia profissionalmente, agora era apenas um amador. A lente 18-250mm me encantou e (em mais uma pechincha) a adquiri e vendi a minha 80-200mm que acabava de ficar sem utilidade, a vendi barato demais porque era uma lente sem muito mercado. Mas eu não abria mão de ter uma compacta para andar à vontade em lugares que era inviável portar uma reflex e quando minha A590 faleceu após anos de serviços muito bem prestados, resolvi dar uma chance a outra marca e a escolhida foi a Samsung, adquiri uma WB150 que não me agradou e logo passei para a frente. Logo depois comprei uma Panasonic ZS15 que me atende plenamente até hoje.
Fui o orgulhoso dono de uma das 3 lendárias Canon série A
   Só faltava uma lente para completar o meu set e "sossegar": uma super grande-angular. E, mais uma vez, fui seduzido pela Sigma e investi minhas economias em uma 10-20mm que, seguramente, foi até hoje o melhor investimento que já fiz em equipamentos. Que lente fantástica, que nitidez absurda para o que ela me custou! Hoje, praticamente dois anos depois, não investi em mais nada pois cheguei onde queria, não tem mais para onde evoluir meu equipamento. Mudar para um reflex de nível intermediário e sair da linha de entrada? Nunca pensei nisso depois que passei a fotografar apenas como amador, não vejo necessidade alguma disso para quem fotografa apenas paisagens e arquitetura. Talvez uma compacta premium que nunca tive, mas isso não é uma prioridade agora. Eu gostaria muito de abandonar a DSLR e investir em mirrorless, mas para mim é inviável por enquanto, não disponho de verba suficiente para migrar para outro sistema agora e mirrorless para quem não tem como comprar no exterior é muito caro.
Essa é meu xodó atual, não vendo e não troco por nada
   Eu cheguei a um momento em que não preciso comprar mais nada para melhorar meu equipamento. Lógico que se eu fosse rico teria lentes melhores, mas não há mais nada dentro do meu orçamento que irá melhorar o que já faço. Só investir em conhecimento mesmo e esse investimento não acaba nunca. Às vezes a gente fica pensando em que lente ou câmera comprar para melhorar o que já fazemos e em alguns casos a resposta pode ser simples: não comprar nada. Tentar não se seduzir pelo capitalismo, o que é muito difícil. Ou que tal investir o dinheiro de um novo equipamento em uma viagem para conhecer novos lugares e usar o que já tem para fazer fotos diferentes?

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16 comentários:

  1. Rodrigo, ótima matéria!
    O que me falta é uma lente dessa, 18-250mm para minha D3100
    Tenho uma panasonic TZ27 também que me atende perfeitamente!
    Só pra lembrar, sou amador e assim ficarei!
    Abraço Rodrigo!

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    1. Eu é que tenho que agradecer sua presença constante aqui no blog.

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  2. Matéria muito boa mesmo, Rodrigão. Faz a gente pensar um pouco e botar os pés no chão.
    Abração!

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    1. Abraço, amigo. Volte sempre, fico feliz com a tua presença aqui.

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  3. oi! a gente vive mesmo querendo mais. Só fotografo por hobby, e acho que só não sou mais uma vítima do marketing porque grana é pouca! O olho é grande mas o bolso não acompanha! hahaha! Posta umas fotos feitas com a 10-20 pra gente ver!

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    1. Que honra a sua presença aqui! Tá tudo aqui, não tenho muitas ainda com essa lente: https://www.flickr.com/search/?w=48339995@N07&q=sigma%2010-20

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  4. Rodrigo,

    Parabéns pelo artigo. Muitas vezes nos sentimos tentados, pelo vício do consumo, a trocar de câmera, quando, na maioria das vezes, nem aprendemos o suficiente sobre o nosso equipamento atual para extrair dele tudo o que ele pode oferecer. O meu caso é diferente, convivo com uma Canon A710 IS desde Janeiro/2007, mas por uma série de motivos, ainda não fiz o upgrade. A dúvida continua: DSLR de entrada, Mirrorless, Compacta Premium ou Superzoom Prosumer.

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    1. Por sorte você tem uma câmera muito boa, e adúvida é normal ainda mais com tantos tipos e modelos diferentes de câmeras lançados todos os dias. A gente fica perdido mesmo.

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  5. Rodrigo,

    Infelizmente, o tempo já se faz presente na minha A710 IS, riscos no elemento óptico frontal (algumas vezes interfere nas fotos), aquela tampinha de silicone que fecha as portas USB e vídeo já não existe mais, visor óptico necessitando de limpeza. Moro em João Pessoa, na Paraíba, e assistência técnica aqui é um tanto quanto complicado.

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    1. Tá igual à minha A590, hoje tá bem ruinzinha mas não joguei fora, deixei ela aqui guardada pra eu lembrar sempre dela hahaha!

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  6. Uma dúvida, que sempre tive, a A590 é melhor do que a A710 IS ? Se sim, você saberia me dizer em qual sentido ?

    Obrigado pela atenção.

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    1. A A710 era melhor, assim como toda série A7xx era melhor que a série A5xx pois tinha lentes mais claras e macro de 1cm, além do zoom maior. Era uma época em que as séries de câmeras eram muito bem definidas, diferente de hoje que é uma bagunça total.

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  7. Ótimo texto! Não sou profissional, tenho uma Canon T2i tb tenho uma sigma 10 20 mm para tirar fotos em ambientes apertados, mas para viagens em meio a multidão eu levo uma HX50 da sony, fica no bolso e tem 30x de zoom achei ela espetacular

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